A Federação das Câmaras de Vereadores de Santa Catarina (Uvesc) chama atenção, neste 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, para a urgente necessidade de ampliar a presença de pessoas negras nos espaços de poder do Estado.
Os dados levantados pelo Atlas da entidade mostra que, entre os parlamentares municipais catarinenses, apenas 52 vereadores e vereadoras se declaram pretos (1,79%), enquanto 188 se declaram pardos (6,46%). Embora representem mais de um quarto da população catarinense, pessoas negras seguem sub-representadas na política municipal, ocupando menos de 9% das cadeiras legislativas.
A discrepância entre a composição real da sociedade e a ocupação dos mandatos eletivos evidencia um desafio estrutural. Para a Uvesc, enfrentar essa desigualdade é fortalecer a democracia e qualificar o debate público em todas as regiões de Santa Catarina.
“Promover a inclusão de mais pessoas negras nos espaços de decisão não é apenas reconhecer o passado, é construir um futuro mais justo. A diversidade é fundamental para garantir políticas públicas que alcancem toda a população catarinense”, destaca a presidente da Uvesc, vereadora Marcilei Vignatti.
O legado de Antonieta de Barros
Santa Catarina tem uma marca histórica que precisa ser lembrada e honrada: o Estado foi berço da primeira deputada negra do Brasil, Antonieta de Barros, eleita em 1934. Professora, jornalista, escritora e defensora incansável da educação, Antonieta abriu caminhos em um período em que o espaço político era ainda mais restrito às mulheres e às pessoas negras.
Quase um século depois, suas conquistas seguem como um símbolo de resistência e inspiração para que o Estado avance na representatividade.




